segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Conheça o prefeito de Nova York, Bill de Blasio

Nos últimos dias tem circulado uma foto sem link atribuindo uma frase ao prefeito de Nova York, Bill Blasio, em virtude de sua família ser multirracial. Não há comprovação de que a frase foi dita por ele, já que não é cabível a um prefeito causar insegurança a seus cidadãos. Por este motivo, conheçam um pouco sobre este prefeito democrata que criou muitas expectativas nos EUA. Republicamos matéria de 01/01/2014 do G1.Globo

Eleito com 73% dos votos, democrata substitui Michael Bloomberg.
Ele promete mudanças radicais e combate à desigualdade.

Da AFP
Ao lado da família, Bill de Blasio acena após prestar juramento nesta quarta-feira (1º) como prefeito de Nova York (Foto: Seth Wenig/AP)Ao lado da família, Bill de Blasio acena após prestar juramento nesta quarta-feira (1º) como prefeito de Nova York (Foto: Seth Wenig/AP)
O democrata de esquerda Bill de Blasio assumiu a prefeitura de Nova York nesta quarta-feira (1º)  prometendo mudanças radicais na maior cidade dos Estados Unidos, especialmente no combate à desigualdade.

Bill de Blasio, 52 anos, que sucede o milionário republicano Michael Bloomberg, prestou juramento no primeiro minuto após a meia-noite em frente a sua pequena casa, no bairro do Brooklyn, ao lado de sua esposa, Chirlane McCray, e de seus dois filhos adolescentes - que participaram ativamente da campanha.
'Este é o início de uma caminhada que nós iremos percorrer juntos", disse De Blasio, prestando juramento perante o procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman. Ele também insistiu numa "mudança da qual todos nós precisamos".
"Muitas coisas importantes nos aguardam", disse o prefeito durante um breve discurso, antes de mandar um beijo para uma dezena de militantes que se reuniu em frente a sua residência.
A modéstia da posse de De Blasio contrasta com a de Bloomberg, nos idos de 2002. Ele escolheu a praça Times Square, e prestou juramento à 0h01 em meio a confetes e uma multidão que lotava o local. Uma forma de mostrar, na época, que a cidade - ainda abalada pelos eventos do 11 de Setembro - estaria segura em suas mãos.
Esta cerimônia de posse noturna é tradicionalmente seguida de outra - mais formal - nas escadas da sede da prefeitura, ao meio-dia.
De Blasio, primeiro democrata a governar a cidade em quase 20 anos, desperta grandes esperanças no seio na esquerda norte-americana..
Decididamente à esquerda, insistindo na vontade de colocar em prática uma administração progressista, De Blasio, um gigante de 1,95 metro de altura, antigo conselheiro municipal pelo Brooklyn, prestou juramento sobre uma bíblia que pertenceu ao presidente Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), pai do New Deal.
"Tudo isso é muito gratificante, eu sinto o peso desta tarefa mas, ao mesmo tempo, tudo isso também me é muito familiar", declarou na terça-feira.
De Blasio foi eleito no último 5 de novembro com impressionantes 73% dos votos, numa prova de que os nova-iorquinos queriam, de fato, colocar um termo nos 12 anos de administração Bloomberg.
Durante seus três mandatos, a cidade se transformou: tornou-se mais segura, mais verde, ficou em melhor forma. Mas os críticos acusam Bloomberg - um magnata com raízes no mercado financeiro - de ter governado sobretudo para os ricos, numa Nova York onde a taxa de desigualdade está entre as maiores do país.
Ao mesmo tempo em que a Big Apple conta com cerca de 400 mil milionários e 3.000 multi-milionários, mais de 21,2% dos nova-iorquinos estão abaixo da linha da pobreza e mais de 52 mil pessoas não têm domicílio fixo, vivendo em abrigos da prefeitura.
De Blasio, pró-sandinista durante seus anos universitários, criticou ainda nesta terça-feira este "conto de duas cidades", dizendo-se "determinado a encontrar soluções viáveis".
Ele disse ser a favor de um salário mínimo horário de US$ 10 (que passou a ser, nesta quarta-feira, de US$ 8 no estado de Nova York).
Ele também prometeu cobrar mais impostos dos nova-iorquinos que ganham mais de US$ 500 mil ao ano, para financiar jardins de infância gratuitos para todos a partir dos 4 anos de idades.
Com sua família multirracial, o novo prefeito também traz grandes esperanças para as comunidades hispânicas e negras - que representam 28,6% e 25,5% da população da cidade, respectivamente.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

As diferenças entre preconceito racial e discriminação racial


“Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é. Construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou na prática o que o tinha abolido no papel”


O preconceito é um sentimento, fruto de condicionamento cultural ou de uma deformação mental, mas sempre incorrigível.Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
Não se legisla sobre sentimentos, não se muda um habito de pensamento ou uma convicção herdada por decreto.
Já a discriminação racial é o preconceito determinando atitudes, políticas, oportunidades e direitos, o convívio social e o econômico.
Não se pode coagir ninguém a gostar de quem não gosta, mas qualquer sociedade democrática, para desmentir o nome, deve combater a discriminação por todos os meios – inclusive a coação.
Não concordo com quem diz que uma política de cotas para negros no estudo superior é discriminação.
É coação, certo, mais para tentar corrigir um dos desequilíbrios que persistem na sociedade brasileira, o que reflete na educação a desigualdade de oportunidades de brancos e negros em todos os setores, mal disfarçada pela velha conversa da harmonia racial tão nossa.
As cotas seriam irrealistas? Melhor igualdade artificial do que igualdade nenhuma.
Agora mesmo caíram em cima de quem disse – numa frase obviamente arrancada do contexto – que racismo de negro contra branco é justificável.
Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é.
O Racismo construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou na prática o que o tinha abolido no papel.
Não se esperava que o preconceito acabasse com o decreto da abolição, mas mais de 100 anos deveriam ter sido mais do que suficientes para que a discriminação diminuísse.
Não diminuiu.
Igualar racismo de negro com racismo de branco não resiste a um teste elementar.
O negro pode dizer – distinguindo com nitidez preconceito de discriminação – “Não precisa me amar, só me dê meus direitos”.
Qual a frase mais próxima disto que um branco poderia dizer, sem provocar risos?
“Não precisa me amar, só tenha paciência”? “Me ame, apesar de tudo”?. Pouco convincente.
É uma questão que vai e vem, como as marés.
A velha oposição, na seleção brasileira, do time do povo e o time do técnico.
Quando as coisas vão bem (Brasil 4, Chile 0) não há discussão, quando as coisas vão mal (Brasil ali ali, Gana 0) volta a questão.
O povo quer os melhores sempre no time.
Isto se repete há anos.
Mudam os técnicos, mudam os melhores, muda, em boa parte o povo, e a questão continua indo e vindo.
Como as marés.
OBS.: Este texto do Luis Fernando Veríssimo é dedicado às pessoas que ainda não atentaram sobre a diferença entre RACISMO, Discriminação Racial e Preconceito e colocam tudo da mesma forma.
Por que um negro não pode ser racista?
Por que o RACISMO é uma construção de uma nação com todos os seus sistema político, jurídico, cultural que impõe a superioridade de uma raça sobre a outra.
Durante séculos os africanos foram submetidos ao HOLOCAUSTO DA ESCRAVIDÃO, mesmo após as libertações, ainda sim, enfrentam discriminações causadas por todo o preconceito perpetuado pelas classes dominantes que, através do Racismo, impuseram uma série de ações, condições sociais, políticas e culturais para inferiorizar os negros e até utilizaram-se da ciência para justificar e até tentar legitimar o racismo praticado.
Tenha consciência eu todo o ressentimento dos afrodescendentes reside em todo o preconceito perpetuado e disseminado pelas discriminações, consequência de séculos de racismo.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Missão de Paz da ONU retransmitirá jogos da Copa do Mundo no Haiti

Como parte da campanha de redução de violência comunitária “Ann Chwazi Lapè” (“Nós Escolhemos a Paz”, em creóle), o departamento de Comunicação e Informação Pública da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) organizou a projeção pública dos jogos da Copa do Mundo de Futebol deste ano.
Os oficiais de comunicação pública, acompanhados dos contingentes militares e da polícia da Missão, levarão esses momentos de emoção ao público haitiano em cerca de 20 comunas do país e divertirão principalmente as crianças com mensagens de sensibilização e esquetes cômicos da trupe haitiana “Les Rescapés”,atualmente em turnê no Brasil.
As partidas serão também transmitidas e comentadas ao vivo na rádio MINUSTAH FM, que abre sua sintonia aos comediantes do “Les Rescapés”. Eles farão uma intervenção diária emitida do Brasil. O grupo também publicará um blog sobre suas atividades no Brasil e estará presenta nas redes sociais da MINUSTAH.

sábado, 10 de maio de 2014

Participe da marcha pela democracia racial

Abolição inacabada será lembrada com caminhada na região central, passando por pontos históricos para a população negra



A 18ª Marcha Noturna pela Democracia Racial será no próximo dia 12 de maio (segunda).A concentração começa às 17h, da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte (Rua do Carmo, 202, Sé) próximo à Praça da Sé, região central da capital paulista.


A inclusão dos negros no cenário social e econômico é primordial e deve ser feita sem a cultura dos privilégios. Como Sindicato Cidadão, reivindicamos o fim do genocídio que sofrem os negros”, destaca o dirigente sindical Júlio Cesar Silva Santos. 

Percurso histórico
Realizada às vésperas da data da abolição da escravidão no país, a caminhada lembrará os 514 anos de tortura e genocídio da população negra e os 50 anos da ditadura militar no Brasil. A Igreja da Boa Morte é conhecida historicamente como local onde os escravos “rebeldes” e condenados recebiam as últimas bênçãos antes de serem mortos pelo regime escravocrata. 

De lá, a manifestação segue para a Rua Tabatinguera onde, na esquina com a Rua do Carmo, as crianças negras abandonadas eram acolhidas e batizadas pelo bispo católico local, prática que posteriormente passaria a ser feita pela “Roda dos Enjeitados”, construída pela Santa Casa, em 1924.

Os manifestantes seguirão até a Praça João Mendes, onde fica a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1727, que servia de ponto de encontro de abolicionistas como José do Patrocínio, Luiz Gama e Antonio Bento. No local foi construído o Fórum João Mendes e, próximo ao Fórum, pode-se ver o Largo Sete de Setembro, antigo Largo do Pelourinho, instalado no início do século XIX, entre a Rua da Glória e a Rua da Força – atual Avenida da Liberdade.

Em seguida segue pela Praça da Sé – onde havia um Pelourinho instalado no século XVII - e Largo São Francisco, descendo a Rua São Bento e chegando à Praça Antonio Prado. na esquina com a Rua 15 de Novembro – antiga Rua do Rosário dos Homens Pretos - quase em frente ao Sindicato.

De lá, a Marcha vai pela Líbero Badaró, Viaduto do Chá e Praça Ramos, onde está o Teatro Municipal, em cujas escadarias nasceu o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação, em 1978.

Em seguida os manifestantes seguirão pela Rua Conselheiro Crispiniano chegando ao fim no Largo do Paysandu, na Igreja do Rosário dos Homens Pretos.



Intervenções culturais 
Participação dos grupos Versão Rap, Trio Odu, Filhos de Obaluaê, Filhos de Gandhi, Os Crespos, Kristal e MC Soffia, entre outros.

E no dia 13 (terça), a partir das 16h, ocorrerá a audiência pública “O Negro na Ditadura”, no plenário Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo, na Avenida Pedro Álvares Cabral nº 210, em frente ao Parque do Ibirapuera.

Para o movimento negro, o 13 de maio não se trata de uma ocasião comemorativa, mas de um momento de críticas e reflexão sobre uma abolição inacabada – até os dias atuais, o Estado brasileiro não criou meios para inserir, efetivamente, os negros e negras na sociedade. Além da discriminação e a exclusão social, a negritude do Brasil continua enfrentando o extermínio de sua população, principalmente dos jovens moradores das periferias.


Abolição inacabada - Além da Marcha, haverá também a audiência pública “O Negro na Ditadura”, no plenário Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir das 16h de terça 13.

Para o movimento negro, o 13 de maio não se trata de uma ocasião comemorativa, mas de um momento de críticas e reflexão sobre uma abolição inacabada – até os dias atuais. Entende-se que o Estado brasileiro não criou meios para inserir, efetivamente, os negros e negras na sociedade. Além da discriminação e a exclusão social, a negritude do Brasil continua enfrentando o extermínio de sua população, principalmente dos jovens moradores das periferias.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ciclo de diálogos SENTIR - PENSAR – AGIR

Reunir no mesmo espaço personalidades que expressem as três dimensões possíveis de relacionamento do ser humano com fenômenos sociais: a dimensão do sentir, presente na particularidade das expressões artísticas; do pensar, presente na universalidade do conhecimento científico; e do agir, presente nas singularidades da ação política. O eixo que deve transversalizar estas três dimensões é a ética, isto é, o campo da discussão do ethos, do ser que se forma pelas sensações, razões e intervenções. Os juízos de valor devem atravessar as dimensões do ethos.

Programação 
Tema: 

14 de maio, com o tema da "Abolição Inconclusa" 

Como ficaram negros e negras brasileiras a partir de 14 de maio de 1888? 

 Ementa: 

"No dia 14 de maio de 1888, milhares de brasileiros negros e negras, até então 
submetidos à escravização, tornaram-se livres por força da Lei Áurea, proclamada 
no dia anterior. Livres, porém jogados às ruas, abandonados a própria sorte, 
viram-se obrigados a enfrentar uma sociedade profundamente marcada pelo 
preconceito e racismo e cujas instituições negavam peremptoriamente qualquer 
possibilidade de inclusão social. Viram-se privados do trabalho assalariado para o 
qual foram privilegiados os trabalhadores brancos imigrantes europeus. Viram-se 
privados da educação, saúde, do respeito. Viram suas manifestações culturais e 
religiosas serem criminalizadas. Premidos pelo racismo da sociedade capitalista, 
foram obrigados a constituir suas próprias formas de resistência em todos os 
campos. 126 anos depois, qual é a situação e quais são as perspectivas da 
população afrodescendentes brasileira? Sentir o racismo, pensar sobre ele e 
agir pela sua erradicação - esta é a proposta desta primeira roda de conversa 
para a qual convidamos três importantes personalidades do universo artístico, 
intelectual e político." 

Convidados: 
- Prof. Dr. Kabengelê Munanga - (Professor FFLCH/USP e ex-presidente do CEA - Centro de Estudos Africanos)
- Edson França - (Historiador, presidente da UNEGRO e membro do Comitê Central do PC do B)
- Mediação: Prof. Dr. Dennis de Oliveira (Professor ECA e EACH/USP, coordenador do CELACC e da Comissão Política do Coletivo QUILOMBAÇÃO)


Prof. Kabengelê Munanga 
Possui Graduação em Antropologia Cultural pela Université Officielle Du Congo à 
Lubumbashi (1969) e Doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela 
Universidade de São Paulo (1977). Atualmente é Professor Titular da Universidade 
de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em 
Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, atuando principalmente nos 
seguintes temas: racismo, identidade, identidade negra, África e Brasil. 

Edson França 
Historiador. Membro do Comitê Central do PCdoB. Membro do Conselho Nacional 
de Igualdade Racial - CNPIR, na vaga de Notório Reconhecimento em Relações 
Raciais. 

Dennis de Oliveira 
 É coordenador do CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos de Cultura e 
Comunicação), vice-líder do Alterjor (Grupo de Pesquisa de Jornalismo Alternativo 
e Popular) e membro do Neinb (Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro 
Brasileiro), todos da Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós 
Graduação em Mudança Social e Participação Política da EACH/USP e do Programa 
de Pós Graduação em Direitos Humanos da Faculdade de Direito da USP. Atua 
como consultor em comunicação, educação e cultura em instituições públicas, 
particulares e organizações não governamentais. 

Entrada: Grátis 

Local: auditório da Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915. 
Horário: 19h00 

Organização: CELACC e Livraria da Vila 

João Roquer
CELACC/USP
Fone/fax 55-11- 3091-4327   
http://www.usp.br/celacc

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Comitê Intersetorial para Refugiados retoma atividades no Rio de Janeiro


Representantes do ACNUR e da Cáritas-RJ participam de reunião com refugiados que vivem no Rio de Janeiro. Foto: Cáritas-RJ
Instituído em 2010 para promover os direitos dos refugiados e solicitantes de refúgio que vivem no Rio de Janeiro, o Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados (CEIPAR) iniciou suas atividades de 2014 no último dia 10 de abril, com algumas mudanças estruturais. O principal objetivo das mudanças é acelerar a implementação do Plano Estadual de Políticas de Atenção aos Refugiados e, assim, melhorar as condições de vida daqueles que buscaram refúgio no Estado do Rio.
Após a consulta pública, realizada em 2012, o Comitê organizou-se em seis grupos de trabalho, um para cada eixo temático previsto no Plano Estadual: Documentação, Educação, Trabalho e Renda, Moradia, Saúde e Ambiente Sócio-Cultural e Conscientização. Os grupos se reunirão periodicamente para definir uma ação que deve ser realizada até a reunião seguinte. A próxima acontecerá no dia 15 de maio.
“É fundamental que o poder público se mobilize, articule e execute ações que promovam a integração dos solicitantes de refúgio e refugiados”, afirmou Aline Thuller, coordenadora do Programa de Atendimento aos Refugiados da Cáritas-RJ.
O CEIPAR é coordenado pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e composto pelas secretarias estaduais de Trabalho e Renda, Saúde, Educação e Segurança, como também pela Defensoria Pública, Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Ordem dos Advogados do Brasil, Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE).
Entre suas atividades estão a elaboração, implementação e monitoramento do Plano Estadual de Políticas de Atenção aos Refugiados, a articulação de convênios com entidades governamentais e não governamentais e o acompanhamento dos processos de acolhimento no Estado.
O Plano Estadual já foi aprovado pela Assessoria Jurídica do Governo do Estado e aguarda a anuência de todas as secretarias envolvidas quanto às responsabilidades de atuação definidas no documento. Este é o último passo antes da publicação no Diário Oficial do Governo do Estado.
“Mesmo antes da publicação oficial, as ações definidas no plano já estão sendo aplicadas pelos grupos de trabalho. Mas a oficialização é importante, porque traz mais força ao documento. Agora, as políticas de atenção aos refugiados podem ser cobradas de maneira oficial”, explica Patrícia Waked Pontes, assessora-chefe da Superintendência de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da SEASDH.
O Brasil é considerado pioneiro na proteção internacional, pois foi um dos primeiros países da América do Sul a ratificar a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados, em 1960. Em 1958, o Brasil foi também um dos primeiros países a integrar o Comitê Executivo (ExCom) do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Além disso, o Brasil aprovou em julho de 1997 uma legislação específica sobre os refugiados na qual estabelece os direitos e deveres desta população no Brasil.

A guerra religiosa na África


Dalmo Oliveira
Dalmo Oliveira

Por Dalmo Oliveira;Afropress
Vinte duas pessoas, entre elas três colaboradores humanitários da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), mortas em um ataque a um hospital em Nanga Boguila, a 450 km de Bangui, semana passada, exibiram para o mundo todo as conseqüências da brutal guerra por motivos religiosos que a assola a República Centro-Africana (RCA), no coração do continente africano.
A região é marcada pela violência inflamada pela fome, pelo tráfico de armas e pela disputa na mineração de pedras preciosas. A sudeste estão as conflagradas Ruanda, Uganda e o Burundi. Mais acima o complicado Sudão. E o Congo ao Sul.
Segundo a ONU, “(…) Os incidentes de segurança contra os trabalhadores e bens humanitários se multiplicaram nos últimos meses, colocando em risco as operações de salvamento em curso”. Além da questão religiosa, os conflitos se exacerbaram desde que seu líder, o ex-presidente Michel Djotodia, foi obrigado a deixar o poder, os combatentes da ex-rebelião Seleka executam ataques em várias regiões do país, sobretudo no norte.
Informações oficiais da ONU dão conta ainda de que o subfinanciamento histórico da ação humanitária na RCA está prejudicando seriamente a prestação de assistência para 1,9 milhão de pessoas beneficiadas com o Plano de Resposta Estratégica (SRP, na sigla em inglês). O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou recentemente, por unanimidade, uma resolução que autoriza a criação de uma força de paz na República Centro-Africana (RCA) para tentar conter a violência entre cristãos e muçulmanos que afeta o país.
A resolução prevê o desdobramento de uma força de manutenção da paz de até 11.820 integrantes – 10 soldados, 1,8 mil policiais e 20 agentes penitenciários – com o objetivo de estabilizar o país, que sofre uma grave onda de violência e instabilidade há mais de um ano. Ela também autoriza que as tropas francesas que já estão no país atuem em conjunto com as forças da ONU.
A RCA, colonizada por franceses, desde meados do século XXIII, sofreu exploração secular por causa do marfim, da borracha e dos diamantes. A França promoveu instalação de latifúndios nas terras férteis, ali produzindo café e algodão, utilizando mão-de-obra escrava. Companhias francesas chegaram a deter cerca de 70% das terras do país.
Quilombola pra inglês ver
No sábado, 26, um evento reunindo as comunidades quilombolas na região de Pombal atraiu grande número de assessores do Governo do Estado àquela região sertaneja. “I Grande Quilombo – Encontro Sertanejo das Comunidades Quilombolas do Sertão” foi o nome dado ao evento, que ocorreu no sítio São João. A presença do governador na comunidade coincidiu com a realização da plenária regional do Orçamento Democrático, ocorrido no dia seguinte em Pombal. O governador anunciou que no mês de maio as comunidades terão cursos de qualificação profissional e social nas áreas  de corte e costura, artesanato, embelezamento e na área agrícola.
O fato é que as comunidades quilombolas paraibanas precisam muito mais do que cursinhos de capacitação. Muitas delas continuam sem acesso à água tratada, muito menos ao saneamento básico. Outras sofrem porque as estradas de acesso às comunidades rurais ainda são sofríveis. Políticas públicas destinadas à saúde da população negra, ao acesso fundiário à terra, e à promoção cultural desse segmento social ainda são tímidas ou inexistentes.
#somostodosmacacos
hastag criada por Neymar  no Twitter, inspirada na atitude de Dani Alves em devorar uma banana jogada pela torcida adversária do Barcelona, no domingo passado, 27, se tonou rapidamente num viral nas redes sociais. Os jogadores brasileiros sacaram que o melhor antídoto contra os racistas é levá-los na esportiva, ridicularizando-os com suas próprias provocações. Show de bola!
Dois que se foram…
             A coluna registra com pesar o desaparecimento de dois companheiros que fizeram a diferença enquanto viveram aqui no Ilê aiyê: Pádua Belmont, músico, violonista, compositor, faleceu domingo passado, depois de vários meses de luta contra um câncer pulmonar.  A luta contra a doença  deu origem ao seu último trabalho,  que lançaria em breve: o livro e CD “Os Limites da Dor do Ser”. Pádua  lançou quatro álbuns solos, o último deles, lançado em 2013, intitulado “Luzes do Vale”. Em composições, fez parcerias com Lúcio Lins, Totonho, Zilma Ferreira, Kennedy Costa, Val Mariano, entre outros artistas paraibanos.
No dia anterior foi a óbito meu ex-professor de Metodologia da Pesquisa Científica, William Pinheiro, com quem estudei nos primeiros anos da graduação em Jornalismo, no antigo DAC da UFPB. Foi um dos mestres mais irrequietos daquele período (86-90) em que pude desfrutar de parte de sua bagagem cultural e humanística. Controverso, iconoclasta, irreverente, anti-ortodoxo, alegre, extrovertido, sagaz e comprometido seriam alguns dos adjetivos que caberiam bem ao perfil do professor William Pinheiro. Juntamente com mestres do naipe de José Luiz Braga, Antônio Fausto Neto, Neroaldo Pontes, Francelino Soares, Wellington Pereira e Carmélio Reynaldo, Pinheiro ajudou a formar jornalistas paraibanos (e de outros cantos do Brasil) com espírito crítico, ética e alta capacidade metodológica e cultural. Tenho certeza que a UFPB não terá tão cedo em seus quadros docentes uma mente tão brilhante e um espírito tão libertário. Que o Orun lhe receba bem!

sábado, 19 de abril de 2014

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Começa em Brasília encontro com gestores de igualdade racial de todo o país

Promovido pela SEPPIR, evento tem como objetivo reafirmar e ampliar o compromisso dos entes federados junto às políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade racial
Seppir Presidência
Mais de uma centena de gestores de organismos de Promoção da Igualdade Racial (PIR) de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal estão reunidos em encontro que acontece até esta quinta, 10, em Brasília. O evento é promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e tem como objetivo reafirmar e ampliar o compromisso dos entes federados junto às políticas de enfrentamento ao racismo e de Promoção da Igualdade Racial, a partir da regulamentação do SINAPIR – sistema que atuará na articulação nacional das políticas sobre a temática.

Ao saudar os presentes, a ministra Luiza Bairros chamou a atenção para o fato do evento ser o primeiro a reunir os gestores e gestoras de todo o país após a regulamentação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o SINAPIR, ocorrida em novembro, “o que é um fato da maior importância sob o ponto de vista da institucionalização das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil”, disse.

O SINAPIR, que está com o processo de adesão aberto, é, segundo a ministra, uma forma de dar sustentabilidade às políticas de promoção da igualdade racial. “Esperamos que ele tenha efeitos nas políticas públicas de PIR, semelhantes a outros sistemas já implantados no Brasil, como o SUS”, disse.

Ao falar sobre o combate ao racismo, a ministra lembrou casos que recentemente mobilizaram a opinião pública e afirmou que as pessoas estão assustadas como se o fenômeno nunca tivesse existido. No entanto, o racismo sempre existiu, disse, e trata-se de uma ferramenta poderosa. "A sua explicitação é resultado da luta do Movimento Negro no país e não se trata de uma piora, mas de um contexto em que passa a ter mais visibilidade”.

Bairros foi aplaudida quando afirmou: “Medo e pessimismo não produzem ação política. São sentimentos estéreis no que se referem à possibilidade de mudança da sociedade. Como gestores, temos que entender a complexidade de nossas tarefas e da conjuntura atual em que o deslocamento de identidades tem evidenciado o racismo e gerado a reação de pessoas que têm visto os negros ocupando lugares simbólicos e materiais que não costumavam ocupar, e tendo acesso a locais que, historicamente lhes foram negados”.

Ela defendeu as ações afirmativas e as políticas públicas de PIR como estratégias que devem ser perseguidas para impelir a mobilidade das pessoas negras no interior da sociedade. “A SEPPIR trabalha na perspectiva de incluir a população negra no desenvolvimento do Brasil e o momento para isso é agora”, concluiu. 

Também participaram da mesa de abertura a assessora para Assuntos Federativos da SEPPIR, Eunice Léa de Moraes e o titular da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do DF (Sepir), Viridiano Custódio de Brito.

Momento de troca – Para Viridiano, uma qualidade do evento é proporcionar a troca de experiências entre os gestores do país. Ele disse que uma das experiências exitosas no DF é a implantação do Disque Racismo, em março de 2013. “Também estou muito curioso para conhecer com mais detalhes o trabalho realizado na Bahia, a partir da recente implantação do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela”, disse. Custódio falou ainda sobre a expectativa para a aprovação, no Senado Federal, do PL 6.738/2013, que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais e disse que um projeto semelhante está sendo analisado pelo setor jurídico do governo do DF.

Poder compartilhar informações também agrada Raimunda Luzia de Brito, coordenadora Especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul (Coppir/MS). “O evento é também uma confraternização entre os estados e proporciona uma troca de ideias em que cada um pode colaborar com o outro”.

Já Claudett de Jesus, secretária de Estado Extraordinária da Igualdade Racial do Maranhão, disse que a SEPPIR acerta ao mobilizar os gestores, o que termina sendo pedagógico e serve também como uma “injeção de ânimos”. “Se não, o medo pode até vencer a esperança diante das dificuldades que cada um de nós enfrenta no dia a dia”, afirmou.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Seminário Pensamento Radical de Clóvis Moura: Nos 10 anos de sua morte

Unegro
Há um pouco mais de 10 anos falecia Clóvis Moura. Um intelectual difícil de ser definido: historiador, sociólogo, antropólogo, jornalista, poeta. Rompia com as barreiras das disciplinas rigidamente estabelecidas pelas academias. O certo é que ele foi um dos principais estudiosos da situação e das lutas dos negros no Brasil. Mais do que teórico foi um militante da causa emancipadora.

Neste seminário pretendemos apresentar essas duas dimensões de sua obra e vida. Tratar de Clóvis como teórico que deu grandes contribuições para que compreendêssemos melhor o papel desempenhado pelos negros no processo de desenvolvimento da sociedade brasileira. Um dos primeiros a demonstrar que os escravos, através de suas rebeliões permanentes, foram protagonistas do movimento histórico que colocou em crise o sistema escravista. Ele também se debruçou sobre as particularidades do racismo à brasileira acobertado pela ideologia da democracia racial, que tem por raiz séculos de escravidão e opressão.

A outra dimensão é a do intelectual orgânico da esquerda, militante comunista e do movimento negro. Mais do que ninguém, como marxista, sabia que a teoria só cumpre algum papel transformador quando ganha as massas. E que a “arma da crítica” deveria se transformar na “crítica das armas”. Se ser radical é ir às raízes mais profundas dos problemas, podemos dizer que Clóvis Moura foi um dos mais radicais teóricos brasileiros.

Seminário Pensamento Radical de Clóvis Moura: Nos 10 anos de sua morte
22 de março (sábado) de 2014
Às 14 horas
Local: Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, São Paulo)

1ª Mesa – Clóvis Moura e a luta teórica anti-racista
Expositores: Soraya Moura (historiadora), Kabengele Munanga (antropólogo e professor da USP), José Carlos Ruy (jornalista)
Coordenação: Augusto Buonicore (secretário-geral da Fundação Maurício Grabois)

2ª Mesa – Clóvis Moura e o Movimento Negro no Brasil
Participantes - Edson França (presidente da Unegro), Sueli Carneiro (diretora do Geledés), Maurício Pestana (cartunista e diretor executivo da revista Raça)
Coordenação: Olívia Santana (secretária nacional antiracista - PCdoB)

Coquetel e lançamento da 4ª edição do livro Rebeliões da Senzala e da revista Princípios dedicada ao pensamento de Clóvis Moura.

Promoção: Fundação Maurício Grabois, Seção paulista da FMG e Unegro.
Apoio: UJS e ANPG
Parceria: Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Município de São Paulo.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Diplomatas do Brasil são suspensos por racismo, assédio moral e sexual

Dois diplomatas foram suspensos pelo Itamaraty após dez meses de investigação. Eles são acusados por funcionários do consulado em Sydney (Austrália) de assédio moral e sexual, racismo, homofobia e abuso de poder.
Américo Fontenelle, então cônsul-geral, ficará afastado por três meses, e o cônsul adjunto, César Cidade, por 30 dias, segundo despacho assinado pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e publicado no “Diário Oficial da União”.
O pagamento deles será suspenso. Segundo o Portal da Transparência, as remunerações brutas de Fontenelle e Cidade em janeiro foram R$ 20.372,47 e R$ 18.236,78, respectivamente.
No despacho, o chanceler afirma que acatou “integralmente o relatório da comissão processante”, formada por três embaixadores. Fontenelle e Cidade foram suspensos pelo “descumprimento de deveres funcionais”.
Entre os artigos desrespeitados, segundo a comissão, estão o de “manter conduta compatível com a moralidade administrativa”, “tratar com urbanidade as pessoas”, “exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo” e “manter comportamento correto e decoroso na vida pública e privada”.
O advogado de Fontenelle, Léo Alves, afirmou que a decisão foi adequada, mas disse que irá recorrer.
Questionado sobre as conclusões da comissão de sindicância, o Itamaraty afirmou que não poderia detalhar os motivos da punição, “porque as provas coletadas se referem, em sua ampla maioria, a aspectos da vida particular, da intimidade e da reputação dos diversos depoentes e dos indiciados”.
A Folha procurou a defesa de César Cidade, mas não obteve retorno.
A decisão de suspender os diplomatas agradou o sindicato de servidores da pasta.
“A resposta da comissão foi adequada. Instaura-se um novo momento no Itamaraty, de uma relação mais profissional e produtiva”, disse Alexey van der Broocke, presidente da entidade.
O Itamaraty se debruça ainda sobre o caso do diplomata Eduardo Saboia, que participou da operação para vinda do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.
Uma sindicância foi aberta no ano passado para apurar a conduta do servidor no episódio e pode decidir pelo arquivamento do caso, suspensão do diplomata por até 30 dias ou instauração de processo disciplinar.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Vivências GRIOT em Dança Afro contemporânea com Aninha Catão

Vivências em cultura Afro popular GRIOT
 apresenta:


Descrição da vivência:



A
oficina trabalhará a dinâmica dos movimentos corporais através da
gestualidade e a importância e representação da cultura afro-brasileira
para a formação da identidade brasileira. Será abordado a saga dos 16
Orixás através da sua gestualidade mitológica. Com inspiração no
candomblé ketu, os movimentos serão trabalhados de forma contemporânea
incorporando as noções clássicas de dança, formando o que chamamos de
balé dos Orixás. Relação do Brasil com as divindades africanas, história
e mitos dos Orixás também serão abordados.



Oficineira:

Aninha Catão



Realização:

GRIOT

Aninha Catão

 Apoio:
Faixa de Gazah



Inscreva-se já!



Informações:
Pelo Facebook
(22) 9953.1204/
9949.6940





(22) 9223.7499/
9226.0365






griot_culturapopular@hotmail.com/ Blog do GRIOT